Entrevista com Miguel Palma, designer da colecção Calathea

Janeiro 2022

Calathea é uma espécie de planta nativa das florestas tropicais, e ramifica-se em mais de 20 subespécies. O objetivo era conceber um design evocativo do habitat natural da Calathea, um ecossistema de uma importância inquestionável para o planeta Terra, não somente porque produz grandes quantidades de oxigénio e captura bastante dióxido de carbono, mas também porque é a casa de uma enorme diversidade biológica. São autênticos santuários de vida.

Qual a razão por detrás da escolha da planta Calathea como a inspiração para a nova coleção da Serip? O que distingue a Calathea das outras plantas?

As folhas de cada subespécie de Calathea têm diferentes formas, curvaturas distintas, que melhor se adequam às suas necessidades de luz solar. Muitas subespécies da família Calathea são conhecidas como “plantas rezadeiras”, porque as suas folhas abrem-se e fecham-se ao longo do dia, num movimento que lembra a junção das palmas das mãos humanas em gesto de oração ou meditação.
As peças da nova coleção pretendem transmitir este movimento subtil, elegante e delicado, através das diferentes curvaturas apresentadas pelas folhas destas plantas. Tal como na Natureza, são estas linhas curvas que fazem com que cada peça da nova coleção seja única, que dão movimento às peças e que lhes dão vida. Nesta nova coleção, cada folha é única, diferente de todas as outras. São um reflexo da unicidade produzida pela Natureza, na qual cada folha tem a sua própria “impressão digital”, irrepetível.
O caminho definido para a coleção Calathea vai além da arte e do design criados para cada peça. A nossa intenção era que esta coleção servisse de modelo de consciencialização e de exemplo para a necessidade de pensarmos na Natureza não como algo infinito, mas como um organismo vivo que, se não for devidamente cuidado, poderá acabar.
Mais do que a inspiração para a coleção, queremos que a Calathea sirva de inspiração para um novo começo e para uma consciencialização ambiental que deveria ser parte da nossa vida diária e da nossa existência.

Como se desenrolou o processo criativo desta coleção?

Num tempo em que as notícias mostravam que a Natureza recuperava na ausência dos humanos, com a redução dos tráfegos aéreo e rodoviário, a Calathea surgiu-me na mente, como um símbolo de força e resiliência, mas também de delicadeza e sofisticação. E, assim, germinou a ideia de criar uma coleção que teria a Calathea como protagonista.

O processo criativo começou com alguns esboços. Queríamos, acima de tudo, captar e replicar o movimento da folhagem, em vez de ter algo plano e estático. Decidimos complementar e suportar a folha da Calathea com alguns ramos, cujas formas vêm de amostras recolhidas na mesma floresta na qual surgiu a inspiração para a nova coleção.

Do conceito inicial até à prototipagem e materialização do produto, passando pela digitalização, modelagem e impressão 3D, passaram dois anos, num processo que, tal como todas as criações artísticas, foi marcado por avanços e recuos, sempre em busca das formas mais perfeitas.

Quais são as características distintivas das peças da coleção Calathea? De que cores e formas se faz esta nova série?

Penso que as características mais distintivas são a fluidez e o movimento. O entrelaçamento e a segmentação em ramos mais finos dão às peças um ininterrupto sentido de continuidade, como se a forma estivesse continuamente a crescer ou a nascer de novo. É curioso, pois o nome “Calathea” transmite a noção de um “novo começo”, um “virar de folha”, que é o que a Calathea faz naturalmente quando está escuro. É costume oferecer esta planta a quem está a começar uma nova fase da sua vida. O nome da planta evoca a noção de um novo começo.

Para melhor compreendermos quais as formas mais esteticamente apelativas e apreciadas, realizámos um estudo de mercado, que criou as bases para conduzirmos vários testes até chegarmos à forma perfeita. A possibilidade de criar estruturas únicas, a versatilidade dos trabalhos, usando vários módulos e conjugando-os de múltiplas maneiras, foi uma das principais conclusões retiradas desta análise. Assim, o cliente poderá ter peças únicas e personalizadas. As peças da Calathea funcionam isoladas ou em composições que melhor sirvam os espaços que os nossos clientes pretendem enriquecer.

As peças da Calathea funcionam isoladas ou em composições que melhor sirvam os espaços que os nossos clientes pretendem enriquecer.
As nossas peças são mais do que meros candeeiros ou obras de arte: elas são a fusão entre o artístico, o belo e o utilitário.

Para a Serip, o elemento natural é a essência da sua identidade. Como é que a Serip vê a degradação ambiental que é cada vez mais evidente aos nossos olhos?

Os elementos presentes em cada modelo da Serip são a Natureza e o orgânico. Tentámos sempre trabalhar sobre essas inspirações, e uma das nossas sempre presentes preocupações é que as nossas peças sejam maioritariamente constituídas por materiais reciclados ou recicláveis, tais como vidro e fundição.
O respeito pela Natureza está profundamente enraizado na história da Serip, é parte da sua identidade. Como tal, a Serip considera-se responsável por mostrar ao mundo o que de mais belo há no mundo natural, procurando amplificar e semear em todas as consciências a urgência de proteger o ambiente e todas as formas de vida. Queremos inspirar outros a protegerem a Natureza, uma essência que é transversal a todas as coleções da Serip.

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